ESPORTE EM FOCO.

Quinze anos depois, Abel volta ao Flamengo animado: "Eu venho com fome"

Treinador destaca média de público do Rubro-Negro e afirma: "Isso diz muita coisa, o que é esse clube. Peso e responsabilidade. Isso é desafio, e eu adoro"

Por Fred Huber e Raphael Zarko — Rio de Janeiro
Alexandre Vidal/Flamengo
A cabeça está praticamente toda branca, bem diferente do cabelo predominantemente castanho exibido em sua primeira apresentação como técnico do Flamengo, em 16 de dezembro de 2003. Títulos ele já tem todos possíveis desde estaduais ao Mundial de Clubes. Mas Abel Carlos da Silva Braga, hoje aos 66 anos, mantém a animação do início da carreira de treinador.
Se há 15 anos disse que estava pronto "para a guerra e até para bala de canhão" (leia aqui), a segunda passagem de Abel pela Gávea se inicia com entusiasmo. Com fome.
- Algumas coisas relevantes. Uma é estar aqui. Tem um papel na minha mão aqui... Maior média de público. Isso diz muita coisa, o que é esse clube. Peso e responsabilidade. Isso é desafio, e eu adoro. Venho com fome. Isso aí. Para mim, é extremamente importante poder dar algo a mais ao Flamengo.

Abel Braga com poucos cabelos brancos, em 2003, quando foi apresentado — Foto: Acervo o GloboAbel é observado por Paulo Pelaipe durante coletiva — Foto: Alexandre Vidal/FlamengoAbel ficou entre Carlos Nova e Paulo Pelaipe durante a coletiva — Foto: Alexandre Vidal/Flamengo
Diego fica no Flamengo?
Diego tem contrato até o meio do ano. Falaram em proposta. Estão tentando chegar a um acordo para prorrogar. Meu limite termina em dizer que quero ou não quero. Se vai aceitar, não posso dizer. Ele é identificado com o clube, tem caráter. Se cuida muito.
Em busca de descobrir o que falta no momento decisivo
Não gosto de promessas. Muito usual. Essa identidade eu conheço. Tem que ter uma maior. E não é crítica a ninguém. Os caras (torcida) vão. Não é normal ter tanto favoritismo e falhar na hora de dar o salto, de vencer. Vamos ter que descobrir. Vou tentar.
Busca por laterais
Não vão me pegar (risos). Conversamos sobre tudo. Nós pensamos e conversamos sobre a possibilidade de sair um, outro. Na minha cabeça... estou feliz. Vou quebrar pouco a cabeça. Equipe praticamente montada. Zé Ricardo, Barbieri, Dorival...
Queremos colocar qualidade. Se for igual, vamos na base. Não precisamos de muita coisa. Precisamos de algo invisível, que não se vê no campo. Vou descobrir o que é.